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quarta-feira, 5 de abril de 2023
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
LabHum, Cenário inusitado, único, Local em que se é possível Compartilhar Sentimentos
"Junho de 2012. Mais um ciclo do LabHum se encerra e começamos a nos despedir dos personagens que povoaram as narrativas de vida e morte e com os quais interagimos no último semestre. Alguns deles estavam iniciando a vida, outros dela se despedindo. Mas os sentimentos, emoções e entendimento por eles despertados já são partes inerentes de cada um de nós, de tal forma que, muitas vezes, já não podemos discernir onde eles terminam e onde começamos nós." Dora.
Novo texto de participante no site LabHum:
http://www.unifesp.br/centros/cehfi/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=111:trabalho-de-conclusao-de-curso-por-maria-auxiliadora&catid=25:textos-de-participantes-do-labhum&Itemid=17
quarta-feira, 2 de maio de 2012
Consciências despertadas e vendas arrancadas!
Relatório Final do Ciclo de Encontros e Discussões sobre Humanização em Saúde do Laboratório de Humanidades (1° semestre de 2011)
por Grace Richter Moysés
Ao ir ao primeiro dia de reunião do curso do Laboratório de Humanidades, não imaginava a experiência que estava começando a vivenciar.
No princípio, demorei a me acostumar com o esquema do curso, pois fui esperando algo parecido com uma aula e me surpreendi ao começar a entender que funcionava mais como reunião de um grupo de pessoas interessadas em relacionar fatos de livros com experiências pessoais vividas.
Muitas vezes as reuniões começavam com um determinado tópico para iniciar a discussão e de repente, como em uma conversa mesmo, a discussão tomava um rumo totalmente diferente da inicialmente proposta. Os assuntos iam se emendando, se enovelando e se ficássemos cinco horas, dez, enfim, quantas horas fossem, as considerações a serem feitas seriam inesgotáveis. Em relação a isso, sempre gostei de ficar por horas conversando, filosofando sobre a vida com amigos e de repente parávamos e ficávamos tentando lembrar como os assuntos tinham se conectado, como a conversa tinha começado. E, sempre, o caminho inverso era muito difícil de obter porque às vezes no meio de uma conversa, uma simples palavra, até um gesto da outra pessoa te remete a pensar em outra coisa e mudar o rumo da conversa. Da mesma maneira que às vezes uma simples frase lida no livro desperta a consciência de algum fato antigo ou de situações vividas todos os dias, das quais muitas vezes não nos damos conta. É como um clique que desperta na mente alguma coisa, algum pensamento que rendiam horas de reflexão.
Apesar de sempre ser dito que o curso não era terapia, para mim e para muitas pessoas do grupo, aquele horário na sexta-feira funcionava sim como uma espécie de terapia, um horário na minha semana para pensar e refletir sobre a vida. As pessoas se sentiam à vontade para expor, comentar, revelar situações de suas vidas que eram trazidas à tona, relembradas, despertadas pela leitura do livro.
Durante a leitura do primeiro livro (“Divina Comédia” de Dante Alighieri) admito que não me envolvi muito, pois não foi uma leitura agradável para mim. Mesmo assim, as reflexões que as pessoas expuseram me proporcionaram grande aprendizado e reflexão também. Já no segundo livro lido (“Alice através do espelho”) me envolvi mais ainda com as experiências de leitura das pessoas do grupo e pude desenvolver as minhas próprias experiências de leitura. Apesar de não ter exposto minhas opiniões, minha visão, pude analisar, absorver e aprender, muito com o que todos expunham, somado com o que já havia refletido sobre minhas próprias experiências.
Muitos assuntos discutidos e muitas linhas de raciocínio propostas me renderam muita análise das situações do meu dia-a-dia. Cada reunião me fazia pensar mais e mais em coisas corriqueiras que nem nos damos conta, principalmente devido à correria do cotidiano. Situações simples, pelas quais passamos sem percebê-las de verdade, sem aproveitá-las começaram a parecer bem evidentes.
Em muitas reuniões, tocamos em assuntos delicados, houve muita emoção e, principalmente nesses dias, minha reflexão sobre a vida no âmbito pessoal e profissional era mais intensa.
Pelo que posso afirmar sobre mim, saí muitos dias da reunião me sentindo renovada, com uma nova visão do mundo, das pessoas, das situações. Como se antes houvesse uma venda sobre meus olhos que não me permitia enxergar direito e de repente ela era arrancada e pequenas, simples atitudes pareciam não fazer mais sentido e outras de repente passavam a fazer sentido.
Definitivamente foi uma experiência muito interessante, proveitosa e que espero repetir nos próximos semestre e a qual irei recomendar a todos que puder. Acredito que se todos tivessem pelo menos essas poucas horas na semana para parar tudo, se desligar do mundo, da correria e pensar, compartilhar situações e principalmente ouvir as opiniões dos outros, muitas atitudes seriam mudadas, pois as pessoas seriam sensibilizadas, suas consciências seriam despertadas e suas vendas, arrancadas.
segunda-feira, 19 de março de 2012
Experiência no Laboratório de Humanidades
Trabalho de conclusão de disciplina
“Admirável mundo novo”, essa foi a leitura do semestre. Inicialmente tive dificuldades no entendimento desse livro, achei complicado e desinteressante. A partir das discussões do grupo e das percepções alheias, percebi que ele poderia tornar-se interessante e comecei a me questionar: por que será que a leitura dele não fez sentido para mim? Fiquei tentada a recomeçar a leitura. Para minha surpresa percebi que tinham muitas coisas que deixava de perceber.
Algumas questões levantadas pelo grupo: no admirável mundo novo buscava-se a felicidade a todo custo; uma das maneiras de tornar os personagens mais felizes era eliminando qualquer tipo de sentimento; quando o sofrimento surgia tomava-se o soma e “ficava tudo bem”; eliminavam-se vínculos afetivos; as pessoas eram condicionadas a viverem de determinada maneira e aceitavam suas condições sem questioná-las.
Tentei entender o motivo, pelo qual a leitura do livro, inicialmente, não ter feito sentido para mim. Para minha surpresa me percebi como no admirável mundo novo. Estava lendo o livro de uma maneira “mecânica” e condicionada, parece que ele entrou no “pacote de coisas” que eu tinha para fazer no momento e não pude senti-lo de verdade. Na realidade me comportava como os personagens do livro, condicionada a realizar tarefas, deixando de lado meus sentimentos e emoções, ficando apenas na leitura do livro. Da mesma maneira que me percebo às vezes na vida, preocupada em realizar coisas deixando de lado meus sentimentos.
Isso me fez pensar que a realidade do admirável mundo novo é atual, podemos vivê-la dentro da gente sem ao menos percebê-la. Quando nos questionamos se é possível um admirável mundo novo, diria que sim, basta procurá-lo em nós mesmos, principalmente quando nos condicionamos a realizar “coisas” e deixamos de pensar, sentir, nos observar e perceber o outro. As ideias do autor do livro que a priori pareciam um absurdo, na realidade fazem parte da vida atual.
. Em seguida, iniciamos a leitura do livro “Vida e Proezas de Alexis Zorbás”. Gostei bastante do livro, prendeu a atenção do começo ao fim. O narrador consegue falar de experiências da vida utilizando a simplicidade na maneira de ser do seu personagem Zorbás.
Duas coisas em especial me chamaram a atenção nesse livro: quando Zorbás fala da velhice e da morte. Ele diz que a morte não é o problema, pois é o fim de tudo, mas envelhecer é vergonhoso. Velhice e morte são dois temas teoricamente e espiritualmente muito debatidos. Mas, Zorbás nos coloca a pensar na prática, no aqui e agora e na experiência, como um “choque de realidade”.
Parece falar do envelhecimento de uma pessoa, que foi perdendo lentamente algumas das capacidades adquiridas durante a vida, seja por meio da doença ou do próprio limite da idade. Lidar com essa realidade é difícil, pois na vida nos preparamos somente para o bom, sempre queremos eliminar as dificuldades e que a morte, neste sentido, pode ser a solução de todos os problemas.
Outra experiência marcante que me fez pensar em Zorbás foi com meu filho de 11 anos. Um dia chegou e começou a fazer comentários sobre o futuro, que existiriam muitos robôs e haveria desumanização. Questionei o que ele entendia por desumanização e ele me disse que era “falta de contato humano”. Sua resposta me surpreendeu, principalmente pela simplicidade com que definiu essa palavra. Zorbás foi um homem de contato humano, vínculos e também conseguia falar de questões humanas de uma maneira muito simples, às vezes, como uma criança.
Zorbás é o homem que, segundo o narrador, vive principalmente o hoje e observa as coisas admirando-as como se fossem pela primeira vez, mas também guarda as experiências do passado, parece aprender muito com elas. Isso também me coloca a pensar na importância de vivermos o presente e ver sentido na vida e naquilo que é certo, que é tudo o que temos neste exato momento. Outra frase do meu filho de 15 anos me contrapõe essa idéia “devemos viver o hoje mas sabendo que tem amanhã, se eu sei que não vai existir o amanhã, que sentido tem o hoje?”. Esta seria outra maneira também possível de compreender esse tema.
Em minha opinião, a mais importante experiência no laboratório de humanidades é que não obtemos respostas para as questões da existência humana. Um mesmo fato pode ser visto e vivido de várias maneiras, dependendo da experiência de vida de cada um. O laboratório de humanidades nos ajuda a questionarmos nossa maneira de enxergar a vida. E tudo isso, pode ser um começo para relações humanizadas...
sexta-feira, 9 de março de 2012
Reflexão sobre o LabHum
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
I Colóquio Internacional Humanidades e Humanização em Saúde
I Colóquio Internacional Humanidades e Humanização em Saúde, um álbum no Flickr.
Vejam as fotos do evento neste álbum!
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
Palestra do Prof. Dr. Boia Efraime Junior, da Universidade Pedagógica de Moçambique
Nesta sexta-feira, dia 11 de novembro de 2011, realizou-se a palestra do Prof. Dr. Boia Efraime Junior, da Universidade Pedagógica de Moçambique (AMOSAPU - Associação Moçambicana de Saúde Pública). Esta palestra foi proferida dentro de uma reunião do Laboratório de Humanidades, no Centro de História e Filosofia das Ciências da Saúde – CeHFi, e promovida pelo GEHOS, o Grupo de Estudos em História Oral em Saúde, ambos da UNIFESP.
O tema foi “Narrativas Terapêuticas: Histórias e Traumas”, sobre o poder terapêutico das narrativas na cura psicológica de ex-crianças soldados de Moçambique. O tema se mostrou instigante e muito relacionado à questões brasileiras.
Estavam presentes também a Profª Drª Ana Lúcia Lana Nemi, do curso de história da UNIFESP, como mediadora, e o Prof. Dr. José Carlos Sebe Bom Meihy, do NEHO-USP, que comentou e também trouxe suas experiências.
Vejam as fotos:
Prof. Dr. Boia Efraime Junior, Profª Drª Ana Lúcia Lana Nemi e Prof. Dr. José Carlos Sebe Bom Meihy
“Narrativas Terapêuticas: Histórias e Traumas”, Prof. Dr. Boia Efraime Junior
Prof. Dr. Boia Efraime Junior, da Universidade Pedagógica de Moçambique
Obrigado pela presença dos participantes!
Equipe do LabHum